segunda-feira, 31 de maio de 2010

tarde demais

Eu estava saltitando pela casa, de camisola, ouvindo no último volume a minha melhor música, cantando-a o mais alto que eu podia. Enquanto dançava sorridente, ouvi a campainha e,ainda com o sorriso no rosto, fui atender a maldita porta... quem batia nela era a tristeza, era a decepção em pessoa.
- Não, você - eu falei, com os olhos incrédulos, e os lábios apertando-se um nos outros.
Eu hesitei em fechar a porta, mas quando vi que a boca dele estava prestes a se abrir, simplesmente fechei-a. Ah, aquela boca...
- Espera! Por favor - ele falou, com a voz tão magoada que dava para sentir o choro preso na garganta - Me escuta, por favor.
- Miguel, de novo não.. - eu falei, olhando para o chão, tão infeliz e nostálgica que deixei uma lágrima escorrer.
- Amanda, eu juro. Eu não consigo passar por isso, por favor, me dê outra chance. Eu nunca estive tão arrependido.. E estou disposto a mudar, a fazer de tudo para poder te ter, consertar todos os meus erros, te fazer feliz...
- Miguel - eu o interrompi, ríspida e falei, claramente - você não consegue me fazer feliz.
A verdade é dura, fria, e dói. Mas algumas vezes, é preciso sentir na pele... Que dor.
- Mas.. Amanda. Eu vou mudar! Me dá mais uma chance, deixe-me te mostrar o lado que você sempre esperou de mim. Por favor, me perdoa. Eu sei que faz tempo e que talvez não tenha mais volta, mas Aman...
- Se você sabe disso, - o interrompi de novo, deixando lágrimas rolarem pelo meu rosto - então por favor, vá embora. É tarde demais para se desculpar.
Nesse momento, ele olhou nos meus olhos como quem precisava de mim para viver. Ainda mais do que eu precisei.. Chegara o dia em que ele sentiria tudo o que senti.. e que eu já não o amaria suficientemente para dar a ele outra chance de me ferir. Valeu a pena então todas as vezes que eu rezava para que esse dia chegasse.
- Você não me ama? - ele perguntou, com a voz falhando, temendo minha resposta antes de qualquer outro pesadelo.
- Amo. Amo mais que tudo. Mas finalmente o amor próprio tocou a minha porta, e é a hora de você se retirar - falei, decidida, antes que eu pudesse pensar em me jogar em seus braços e deixar que tudo que eu sempre quis finalmente acontecesse - Tchau, Miguel - e então nada mais podia ser feito.
Ele tentou falar, mas quando viu que eu sentia tanta falta dele quanto ele de mim, então deu alguns passos para trás... E foi embora.
Toda a felicidade que eu tinha em mãos por tê-lo superado e cicatrizado minhas feridas no coração agora iam embora com ele, já que eu não podia estar ao seu lado.

domingo, 30 de maio de 2010

kelsey

And it's going to get harder, and it's going burn brighter, and it's gonna feel tougher each and every day, so let me say that I love you, you're all I ever wanted, all that I've ever dreamed of to come, and yes you did come. I want you so bad, can you feel it too? You know, I'm so, I'm so in love with you. I want you so much, I need you so much, I need ya, I need ya, ya touch. And I'd swim the ocean for you, the ocean for you. Whoa, Kelsey, you. And you'll never, ever let me in.

E vai ficar mais difícil, e vai queimar mais, e vai parecer cada vez mais difícil todos os dias, então deixe-me dizer que eu te amo, que você é tudo que eu sempre quis, tudo que eu sempre sonhei encontrar, e eu te econtrei. Eu te quero tanto, percebe? Eu sou tão apaixonado por você, eu quero tanto você, eu preciso tanto de você, eu preciso tanto do seu toque. E eu nadaria o oceano por você, o oceano por você. Kelsey, você. E você nunca cede.

Metro Station.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

desapego

Tudo o que ela queria era que ele voltasse a olhar para ela como antes, voltasse a chamá-la daquele jeito que a agradava tanto, voltasse a pensar nela antes de qualquer outra coisa, qualquer outra pessoa.
Não seria possível que depois de tanto tempo lutando por ela, ele teria desaprendido a amá-la. Isso era tudo que ela não queria. Se arrepender de deixar tudo para trás por ele. Ela sempre soube dos riscos de que talvez não fosse valer a pena. Ela o conhecia, mas estava apaixonada. Ela arriscou.
Ele não ajeitava mais o cabelo dela, não sorria sutilmente quando os dois se encaravam, não a observava enquanto ela andava pela casa, não precisava dela tanto quanto antes. Ela fora só mais uma de suas conquistas, daquelas que ele gostava de brincar, de ir atrás, de aproveitar as primeiras horas assim que conseguia. E depois...
- Você é impossível - ela disse, assim que ele abriu a porta da casa.
Ela estava sentada no sofá, com os olhos úmidos por trás das lentes dos óculos, lendo mais um de seus românces utópicos.
- Eu sei - ele respondeu baixo, tão baixo que talvez ela nunca tenha escutado, nunha tenha descoberto que ele não fazia de propósito.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

primavera

Eu sempre idolatrei as estações. Desde pequena, minha favorita era o inverno. Nunca fui dessas pessoas que prefere, de longe, o verão. Para mim, a melhor coisa do mundo era o frio do inverno, embaixo de uma coberta, com uma caneca de chocolate quente, assistindo um dos meus filmes favoritos - e se não for pedir demais, flocos de neve caindo. O verão nunca foi minha estação preferida, na verdade eu sempre tive uma certa aflição do calor e do sol, da areia grudada no corpo e da ideia de que a unica maneira de se sentir bem era mergulhando em uma piscina congelante... mas hoje tenho certeza que várias de minhas melhores lembranças se passam no verão, a maioria no Rio de Janeiro, onde eu passei vários verões. Minha estação favorita hoje em dia é o outono, a mistura do vento gelado nos cabelos com o sol fraco, fraco.. Melhor sensação do mundo. As folhas secas nas praças, as chuvas, a disposição que essa estação traz. É perfeito. Mas e a primavera, época das flores? Nunca teve importância para mim. Sempre foi só um bando de flores que levavam embora de mim o meu outono, meu inverno... Mas, venho lembrando de nóis dois e, lembrei-me que nossa estação fora a doce primavera, que foi nela que ficamos juntos. Achei um motivo para gostar da simplicidade dessa estação: você e eu, antigamente. Ah, a primavera...

terça-feira, 18 de maio de 2010

saudades

Uma música, um sonho, uma foto, um bilhete, um lugar... Marcas, lembranças, brincadeiras, fazes que não voltam. Dias que não voltam. Noites que não voltam. Passeios que não voltam. Lágrimas que imploram para um passado remoto voltar, músicas que falam para nossos ouvidos a falta que tudo isso me faz, fotos que me fazem voltar no tempo e lembrar quanto amor aquela fotografia guardaria, sonhos que me fazem sentir tudo o que eu queria poder sentir sem que os problemas me contassem porque tudo mudou, coisas que você me disse que até hoje minha boca abre um sorriso só de lembrar e lugares que eu daria minha vida para voltar, só pra poder ver que ele ainda vai estar ali e que não vai fugir quando eu finalmente puder te levar para lá novamente.
Que saudades. Saudades que me apertam o coração, tanto apertam que as lágrimas transbordam. Saudades que me fazem detestar o presente por não ter tudo aquilo que eu queria. Saudades de ser feliz sem saber. Saudades do tempo que não volta, das pessoas que não voltam, dos lugares onde passamos e deixamos nossas marcas registradas. Saudades das músicas velhas que hoje escuto só para poder fingir por três ou quatro minutos que ainda estou no momento que ela me lembra. Que saudades, que saudades, que saudades...
Saudades, como dói, como mexe comigo a saudade, as lembranças que guardo e mantenho no coração já que essas não podem me abandonar nem que queiram.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

delet

Não entendi porque você não veio dizer, diretamente, com todas as palavras tão frias quanto suas últimas atitudes: Não faço questão de ter você por perto.
Bem, eu tentei. Me arrisquei. Fui atrás - de novo. E pra quê? Porque me disseram que você valia a pena... Parece que não sou a única que me enganei a seu respeito. Você é tudo que eu nunca imaginei que fosse. Conhece essa frase?
Mas já lidei com isso antes, e sei o que a distância e o tempo podem fazer. O mundo gira e bota sempre tudo no lugar.
O que nos restam são lembranças, uma vez que agradeço ter estado ao seu lado enquanto estive. Mas hoje não vou chorar por não estar mais. Não mesmo... No fim das contas, me perguntaram "ele é essencial para você?".
Adivinha o que eu respondi.