terça-feira, 5 de novembro de 2013

carta

Ela escreveu uma carta que nunca seria entregue, nem lida por mais ninguém; apenas a guardaria num envelope velho, o qual estaria ainda mais velho quando fosse aberto pela primeira vez. Era uma carta composta de perguntas que jamais seriam respondidas.
"Para onde foi a sua certeza?
Onde começaram os erros?
Quando começou a desmoronar?
Qual o motivo da sua tranquilidade?
E o seu medo?
E a sua saudade?
Também te parece errado desistir?
Como encontrou tanto chão?
Donde surgiu tanta despreocupação?
Que fim levou todo o seu amor?"
E aquela madrugada durou até que ela escrevesse todas as dúvidas que a sufocava. Todas as perguntas que, se direcionadas a ela, nem mesmo a própria saberia responder.