terça-feira, 3 de setembro de 2013

desventuras

Todos com a mesma cara de nojo, fome, enjoo, tédio, raiva, mágoa. Faces cinzas que se passam por contentes - mero blasé, mera melancolia, mera falta de sentido. Uma vida sem graça, um niilismo eterno, uma vontade de preencher o vazio com a merda que melhor o servir. Opinião alheia? Sim. Atitudes oportunistas? Sim. Inventar algo que não é? Sim. Criar um personagem caracterizado por seu enfado? Claro. Acreditar na ilusão de que se é tão diferente dos demais? Também. São todos iguais; cada um com a mesma mísera dose de graça. O veneno escorre do canto dos lábios, a risada falsa ecoa na cabeça de todos que compram a mentira e a irritação e desprezo é tão grande que o infortúnio cativa.
Eu não sou diferente. Mas pelo menos sei disso.