quinta-feira, 25 de julho de 2013

um drama

"You'll "never know half of it"
Tão amável. Boa palavra - é a sua cara. Amável no sentido inventado - como numa possibilidade de amá-la; em uma escala de suas pequenas manias até seus dramas. É o jeito que ela fala; seus detalhes; os detalhes que ela percebe. A "guria" é quase uma pequena fruta; como uma amora. Ela é tão ela e só. Há de compará-la com o preto: existem vários tons de amarelo, azul, verde... Mas preto é preto e só.
Lola é Lola e só.
As paranoias, as mentiras, as músicas, as histórias. A memória de um cigarro sendo apagado na areia da praia enquanto pende uma troca de mensagens. Uma amizade morna e repleta de tradições; discussões teatrais; indiferenças compatíveis; um passado tão perto e tão longe.
Alguém tão ninguém porém tão vivo. Há algo de platônico, há raiva, há covardia. Tão odiável. Tão incorpóreo. Tão nada... o vazio que sua ausência provoca não faz sentido, mas existe. 

quarta-feira, 24 de julho de 2013

cartola

"Colour my life with the chaos of trouble"
Chove nesse frio. Ontem ventou na praia, meus cabelos voaram e o sol aqueceu minha pele. Agora meus dedos gelam, mesmo dentro de casa. O barulho da água caindo me inspira. A noite é uma criança que cresce rápido... E eu danço no tempo cada vez que checo o horário. A música baixa domina meu quarto; é um aconchego só. Livros, filmes, páginas, cenários, personagens, diálogos. Isso gera uma agitação em mim. Acabo sempre por olhar para o céu e sentir um nó na garganta; uma vontade de explorar. Eu sou tão pequena, tão fadada a não conhecer cada canto de história. Os livros, os filmes, as músicas... tantas ilusões: não posso me dar ao luxo de largar tudo e embarcar em uma viagem aleatória. Bancar a andarilha. Eis uma vontade condenada! Mas ah, só de respirar um ar paralelo, uma loucura inventada... Isso já me dá energia suficiente para continuar a sonhar no meu interior. Meu perdido interior. Um vasto interior que explode tamanho desejo de se tornar concreto.
Mas não. É fantasia. A chuva continua caindo - e eu continuo uma formiga contraditória nesse mundo gigantesco, ofuscada por tanta beleza, por tanto caos.