domingo, 29 de abril de 2012

reciprocidade

"If it's true you're gonna run away,
Tell me where, I'll meet you there"
Arctic Monkeys
Desestabilizou. O que antes era seguro e concreto reflete agora num vazio desconfiado, que não sabe quem chamar para substituir o espaço que conquistara. Tarde demais, tornara-se especializado, não cabia mais ninguém. Tinha minha confiança em mãos e foi embora por falta de opção.
"Não chora" é como um estimulante de lágrimas. Lágrimas?
Apenas uma nova maneira de aceitar que eu também preciso de você.

terça-feira, 17 de abril de 2012

insatisfação crônica

"We're forever unfulfilled, can't think why"
Arctic Monkeys

É um clichê de filme americano dizer que a gente quer o que não tem e que, quando o conseguimos, nos cansamos com o mesmo. É um puta clichê. E eu sempre tive certeza de que, se realmente existisse alguém assim na face da Terra, não seria eu. Mas não é proposital.
É involuntário, questão de semanas até que eu me chateie e busque por algo novo... O que é totalmente contraditório - não faz sentido nenhum buscar por outras coisas quando já se tem as que te satisfazem.
O problema é esse. Me satisfazem. Mas quem é que se contenta com o satisfatório? Com o 6 na prova? Com o "bonitinha" ou o "quase"? O problema é se entediar mesmo com um 10.
E essa experiência ainda está em andamento.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

óbito


É como se finalmente eu tivesse atingido um ponto em que nada pode me afetar, nem ferir. Não tem o que ferir. Porém, naquela parte de mim mesma que nem eu entendo - nem tento decifrar -, você parece ainda tentar falar. Martela, devagar, na minha cabeça. Os problemas se cerram, mas o espaço que costumava ser ocupado simplesmente está vazio, escuro, quieto - contudo, o percebo.
Independente de qualquer vislumbre ou impressão de voz que houver, eu jamais vou me dar abertura para admitir que queria poder dividir com você coisas que nunca vou poder. Eu te enterrei, e você nem sabe. Eu desisti, por mais que ainda me faça sorrir quando lembro.
O problema é esse: você sempre foi a parte boa. Houve a parte ruim, mas diferente de quase todos, com você a parte boa sempre falou mais alto. E é dessa parte boa que sinto falta. Da risada, da conversa sincera, do carinho meio vazio. E eu não peço de volta. Nunca. Não peço porque sei, sempre soube, que não voltaria. Martela, frequentemente, mas isso eu espero que o tempo resolva. Não peço uma amizade que substitua e termine o que você começou, só quero ter certeza que consigo me virar sem ter o que um dia me fez tão bem.
Esperança de merda, essa que tenta me convencer que um raio cai mais de uma vez no mesmo lugar.