domingo, 9 de setembro de 2012

nociva ruína

"Go to hell, for heaven's sake"
Não tenho religião e minha própria crença é um tanto quanto seletiva. Costumo duvidar das coisas, mas me pego apelando para uma força abstrata – sem nome, mandamentos ou rezas. Só uma energia anônima.
Tudo isso só para introduzir a ideia de que não acredito em inferno. Acontece que de vez em quando o tamanho da culpa que me bate devido a certos atos é tanta que chego a crer que, caso exista um, visitarei-o um dia. Talvez ganhe passagem só de ida.
Questiono-me das coisas que me acontecem, mas no fundo eu mereço. Sei que faço coisas boas, mas nem por isso me vejo como uma pessoa bondosa. Atitudes perversas já me fizeram chorar e nem por isso me arrependo. Encontro-me num mundo igualmente atroz, acabando por me sentir no direito de ser do jeito que sou. Risadas, abraços, beijos, mãos dadas, cigarros, bebidas e laços não aliviam. O remorso se contorce - contorço-me junto, urrando em silêncio.
Dói... Porém, num último suspiro de esperança, torço para que sejamos todos apenas vítimas.

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