sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

sonho de varanda


Era sempre ela quem traçava os planos. Ele, por sua vez, nunca os desmanchava - não por medo de desagradá-la. A garota não era autoritária, o rapaz aceitava todas as suas propostas justamente pelo fato de ser apaixonado pela fome de vida que ela tinha - e tudo que ele queria era saciá-la, mesmo sabendo que sua constante vontade de viver nunca cessaria.
Estavam numa estrada, dirigindo em direção do litoral, mas sem saber precisamente em que praia ficariam.
- Se realmente casarmos, moraremos numa casa - ela falou.
Ele sorriu, apoiando o braço na janela aberta enquanto a outra mão segurava firmemente o volante.
- Como seria a casa?
- Poderia ser uma bem simples, com um quarto ou dois - respondeu ao passo que abria a janela do carro para brincar com o vento, usando a ponta dos dedos - Eu só faria questão de uma varanda.
- Uma varanda? - perguntou, sorrindo.
- É, uma varanda - ela sorria e apoiava os pés em cima do porta luvas, encolhida no banco do passageiro - Pra poder passar as noites de sábado lá, lendo, conversando e fumando... Até que o sol resolvesse nascer. Então esperaríamos que os raios nos aquecessem, tomaríamos café da manhã e só então iríamos pra cama.

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